NASCE O DESIGN AFETIVO

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No fim do dia de hoje, sentei no chão do meu quarto vazio e veio na minha memória a primeira visita que fiz aqui no meu apartamento com a intenção de compra-lo. Lembrei do frio na barriga e do medinho de arriscar, pois afinal ele custava mais caro do que eu podia pagar .

Mesmo assim, sentada neste mesmo lugar, tomei a decisão de que seria meu. Isto foi a 9 anos atrás.

Ao longo desses anos que se passaram, ele foi se tornando um lar cheio de amor e sonhos. Ele viu meus filhos crescerem, minhas novas amizades chegarem, móveis mudarem várias vezes de lugar. Ele foi meu amigo, minha fonte de inspiração, minha ancora, diante das tempestades.

Ouviu meus gritos, minhas lágrimas, minhas risadas. Mas acima de tudo, viu me transformar como pessoa e profissional. Desenhar interiores afetivos e poder conectar pessoas com suas histórias me transformou. Aprendi mais sobre mim e sobre o outro.

Aqui nasceu o Design Afetivo.

Nestes últimos tempos cheguei a pensar em vende-lo. Ele estava "cansado” e sinceramente não o achava mais adequado a nova vida que vem chegando. Passei algum tempo refletindo sobre isso, quando tive a intuição de renová-lo através da minha própria história.

Neste processo, novamente me desfiz de muitas coisas materiais e emocionais, e entre paredes ganhando novas cores, e camadas de piso virando pó, entendi o quanto ele me deu em troca e de um jeito sutil me convidou a me reinventar mais uma vez.